Regina Ferreira
bela foto!
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BRASÍLIA 64
A Cidade é um plano
Bem traçado no alto central
Com seus blocos em quadras
Comércio ao lado
Um eixo de norte a sul
A Cidade funciona como um aeroplano
Voa a mais de mil metros
Singrando os ares
Bem perto do Céu Azul
A Cidade é Humana
A Cidade tem Alma
Tem o verde constante
E um vento setante
Madrugada calma
É por tanto que amo
Esse sonho cidade
Como escriba versejo
Sua saga escrevo
BRASILÍADA
Implantação de Ceilândia foi o apartheid de Brasília
Em 1969, capital tinha 14.600 barracos Governo fez campanha contra invasões Famílias foram levadas para as periferias
Historiador aponta desigualdades sociais ‘JK inaugura a cidade, mas não administra’ ‘Imaginava-se qualidade de vida a todos’
Caixa d'água de Ceilândia, símbolo mais conhecido da cidade. A região administrativa surgiu da CEI (Campanha de Erradicação de Invasões) implantada apenas 9 anos depois da inauguração de Brasília Arquivo Público do Distrito Federal Nathan Victor 21.abr.2020 (terça-feira) - 6h00
UnB busca recursos para se proteger contra alagamentos
Reitoria quer evitar que novas inundações danifiquem equipamentos, muitos deles instalados no subsolo da instituição
Com sistema de drenagem comprometido, a água escorre para a UnB e invade o subsolo de prédios da universidade - (crédito: Reprodução/Redes sociais)As fortes chuvas que atingiram parte do campus Darcy Ribeiro, da Universidade de Brasília (UnB), no último dia 9, revelam à população problemas de infiltração e drenagem que são velhos conhecidos pela instituição. Nos últimos anos, ela tem sofrido recorrentes cortes de verbas, e isso a impossibilita de realizar intervenções necessárias para resolver definitivamente essas deficiências em sua infraestrutura.
No orçamento de 2024, previsto pelo Ministério da Educação, a UnB tem disponíveis R$ 48,2 milhões para seu funcionamento anual, 5,25% a menos do que recebeu no ano anterior. O montante é insuficiente para que sejam feiras obras que evitem alagamentos. Além disso, etapas do Drenar DF — programa do Governo do Distrito Federal (GDF) para acabar com inundações provocadas pelas chuvas em áreas da na Asa Norte — não contemplam a região do campus principal, como disse o professor Sérgio Koide, do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental (ENC).
"A chuva do dia 9 foi bastante incomum e, segundo especialistas da própria UnB, talvez possa demorar para enfrentar algo parecido como aquilo (novamente). No entanto, o que nos preocupa é que as águas (da Asa Norte) possam descer para a universidade. Isso é um problema antigo e as etapas do Drenar não contemplam a universidade", explicou Koide.
Segundo ele, o sistema de absorção pluvial da capital federal é arcaico e, após a construção da avenida L3 Norte, os problemas com acúmulo de água dos temporais na Asa Norte se tornaram constantes. "As chuvas têm se intensificado nos últimos anos, e um bom sistema de drenagem absorveria parte da chuva, o que não ocorre hoje", lamentou. O professor comentou que foi determinado pela reitoria que seja feito o possível para enfrentar a situação, e avaliou que são necessárias ações por parte do Executivo local.
"Estamos conversando com a Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil) para que haja um reforço na galeria que absorve a água para evitar alagamentos. O que estamos fazendo é diminuir os pequenos problemas. Nós não conseguimos evitar que a água entre na UnB, mas faremos o possível para que ela não chegue em excesso. O governo tem conhecimento desses problemas da universidade, mas a prioridade dele, por ora, acredito, é arrumar as áreas consideradas mais emergenciais", considerou.
Ao Correio, o secretário de Governo, José Humberto Pires, lembrou que o Drenar DF realiza obras que vão da 402 a 408 Norte. De acordo com ele, concluídos esses trabalhos, a próxima ação do programa começará na 710 Norte e irá até as margens do Lago Paranoá. Segundo o secretário, a previsão é de que esse próximo passo se inicie ainda neste semestre.
Apoios
Além da promessa de envio de emendas parlamentares, por deputados da Câmara Legislativa, à Novacap para as ações estruturais que a UnB precisa, a universidade tem confirmados R$ 3 milhões dos distritais. Essa verba será destinada, via Fundação de Apoio a Pesquisa do Distrito Federal, à compra de equipamentos para o Instituto de Física (IF), danificados pela tormenta do início de fevereiro.
Outra medida defendida pela reitoria, caso as etapas do Drenar DF não contemplem mesmo o campus, é a construção de um prédio exclusivo aos laboratórios. Atualmente, a maioria, fica em áreas de subsolo. O valor estimado pela instituição para levantar esse edifício é de R$ 20 milhões — quase a metade do orçamento total para 2024.
Em reunião realizada na semana passada com representantes da UnB, deputados distritais informaram que discutirão com os federais que integram a bancada do DF na Câmara dos Deputados a possibilidade de envio de emendas federais, pelo Ministério da Educação, para acelerar o processo da construção desse espaço.
PG Pablo Giovanni postado em 28/02/2024 06:00
Deixem-me contar esta estorinha para vocês: Foi nos desditados anos de ferro! Em 1968 para ser mais exato. Lá ia eu caminhando pela W3 Sul em direção à CTJ, que ficava na 510, onde eu dava aulas de inglês sob o comando restrito da agora falecida e "assustadora" Miss Switt. No caminho encontrei alguns colegas da UNB que dirigiam-se para a CTJ, não para estudar, mas para fazer uma manifestação anti-americana. Caminhamos juntos por algumas quadras. Eu entrei para dar minhas aulas e o grupo ficou do lado de fora gritando suas palavras de ordem contra o Tio Sam (sempre culpado de tudo). Passaram-se alguns dias. Eu estava na biblioteca da UNB quando Da. Arilda (lembram? foi a secretária da UNB por muitos anos) chegou toda emocionada para informar que um major do Exército tinha deixado uma intimação na secretaria para que eu me apresentasse no Ministério para uma "entrevista". Sendo filho de deputado cassado, esperei pelo pior. Avisei a amigos, a família no sul do Brasil, alguns políticos amigos de meu pai e também a Miss Switt, que passou a informação para a Embaixada dos EUA. Lá fui eu, na manhã seguinte, para ser "entrevistado". Fui encaminhado por um cabo para uma sala num dos andares superiores do Ministério. Sala simples, com uma mesa metálica duas cadeiras e, sobre a mesa, uma espécie de lâmpada dirigida diretamente para minha face. Do outro lado um coronel. Perguntou com a rispidez usual de quem "manda e não pede" se eu era quem eu era, se estudava na UNB, se meu pai era um deputado cassado, se morava na Asa Norte, se trabalhava na CTJ. Sim, sim, sim, sim! respondi meio cego com a luz (acho que 200 watts) nos meus olhos. A seguir, o tal coronel passou uma pasta cheia de fotos, fotos minhas, tiradas por alguém na UNB, numa das nossas famosas reuniões de protesto nos Dois Candangos; caminhando na Asa Norte; caminhando com os colegas da UNB na W3 Sul nas proximidades da CTJ; entrando na CTJ; saindo da CTJ. Parece que para filme fotográfico não faltavam recursos do regime, mas giz nas escolas das cidades satélites, onde eu dava aulas à noite, isso faltava. Mas continuando, o coronel aponta para as fotografias e vai dizendo onde teriam sido tomadas e que muito bem demonstravam minha presença. Sim, sim, sim, sim! Era eu mesmo, que mais podia dizer!? Aí então o coronel fez meu dia! Levantou-se e com o olhar mais "tremendão" que podia fazer e com uma voz que caberia muito bem num daqueles discursos histéricos que o Hitler fazia em Berlim, disse: "Estamos seguros de que você é um espião duplo! Vemos que mantem contatos com grupos de estudantes e com a Embaixada dos EUA!" Tive que rir, mesmo meio deslumbrado pela luz. "Eu, espião duplo? Pois coronel, devo ser tão bom espião que nem eu sabia! Tenho que agradecer a informação que o senhor me passa!" O pobre homem quase me atira a mesa pela cara! Deu um soquetão tão forte na mesa que a lâmpada saltou e espatifou-se no chão. Depois acalmou-se um pouco, em meio ao escuro, e ainda gritando me disse: "Saia já daqui e lembre-se que o estamos vigiando dia e noite!". Estávamos mesmo muito mal cuidados naqueles tempos. A sorte é que os inimigos do Brasil eram ainda mais imbecis!