domingo, 13 de dezembro de 2020

A PRIMEIRA NOITE DO BRASILÍADA CAFÉ CONCERTO MULTIMÍDIA Publicado em 11 de Dezembro de 2018

A PRIMEIRA NOITE DO BRASILÍADA CAFÉ CONCERTO MULTIMÍDIA Victor Cruzeiro Publicado em 11 de Dezembro de 2018 No coração de Brasília, cravado entre os labirínticos caminhos do Setor Comercial Sul, reside um dos muitos ecos de uma das políticas culturais mais importantes da história do país. O Espaço Canteiro Central reverbera no tom da cultura autônoma e autogerida, solidificada após experiências de sucesso como a dos Pontos de Cultura, que por mais de uma década fomentaram e deram corpo a mais de 3 mil projetos por todo o país – de cineastas indígenas a grupos de jovens em favelas – movimentando milhões de reais a todo ano. No pequeno, mas elaborado Espaço Cultural, uma boa estrutura de iluminação e som oferece a várias ideias e projetos a possibilidade de existir, ou mesmo voltar a existir, em um ambiente cada vez mais hostil às produções independentes (vide o futuro terrível que parece despontar no horizonte do Fundo de Apoio à Cultura). Assim, buscando oferecer vazão a uma demanda que já existe, o Canteiro Central abre suas portas para várias faces da arte brasiliense. Nesta segunda, 10/12, às vésperas do fim de um ano tão difícil, deu o primeiro passo no Canteiro Central o Brasilíada Café Concerto Multimídia, uma iniciativa que pretende oferecer espaço a várias manifestações, da música ao teatro, de performances ao audiovisual, sempre num modelo de pequenos trechos ou peças curtas. Assim, o objetivo é oferecer ao público de cada noite um lampejo do leque cultural vivo da cidade, chamando os espectadores a frequentarem e se integrarem a outros espaços, num modelo similar ao que fizeram outros longevos projetos similares, como o (infelizmente!) finado Jogo de Cena, realizado na Caixa Cultural às quartas. No entanto, o objetivo do Brasilíada Café Concerto Multimídia não é apenas dar um momento de florescimento para montagens, exibições ou performances para, porventura, consolidá-las. O objetivo é também salvaguardá-las para a posteridade, gravando e lançando-as nas redes. Como diz o coordenador do projeto, George Duarte, o espaço funciona “como um estúdio de televisão experimental”, no qual o equipamento de captação está à disposição para o registro daqueles que passam por aquele palco, de maneira padronizada e centralizada, num modelo de transmissão de conhecimento que é indispensável para a sobrevivência em uma sociedade midiatizada como a que vivemos. Desta feita, o Brasilíada Café Concerto surge como mais do que mais um espaço para a divulgação cultural independente da capital federal, mas como um laboratório para projetos variados que buscam se expandir dentro da cena cultural e também virtual. Mais ainda, com o acesso às redes, o projeto pretende também abrir espaço para outras formas de movimentação cultural, como palestras ou debates. No seu dia de estreia-ensaio, de maneira tímida, mas enérgica, o Café Concerto já apresentou números musicais e teatrais, com a multiartista Nani Menezes (idealizadora e mantenedora do espaço Casa da Nani, no Paranoá), acompanhada dos músicos Rodrigo Werneck e Aline Mendes; uma montagem mista de Gota D’Água, de Chico Buarque, acompanhada de poemas autorais e uma parte musical, pela talentosa atriz e dramaturga Larissa Vargas Brandão; um número de voz e violão pela cantora Lidiane Caliandra à frente de uma projeção de Crepuscular 60 (curta de 1988 dirigido por George Duarte, com personalidades como Tânia Montoro, Maria Coeli, Adriana de Andrade, Rodrigo Roal, Nercy Stela e Paulo Galvão no elenco); além de trechos da bem humorada peça Quem fez 68, não faz 69, que resgata a temática do autoritarismo da ditadura militar sob o viés das lembranças e aventuras de três personagens, interpretados pelos veteranos Ruth Guimarães, Sérgio Viana e Fátima Lacerda. Finalmente, é preciso notar que o Brasilíada Café Concerto Multimídia, como de praxe dos outros projetos do Espaço Canteiro Central, se abre não apenas para a divulgação cultural, mas para a resistência de ideias e movimentos em ameaça. À guisa do Teatro Bar, que trouxe ao palco do espaço peças com temáticas necessárias e urgentes ao frágil tecido social que nos sustenta, o Brasilíada Café Concerto Multimídia abre as portas para o encontro de forças, neste temeroso momento de resistência democrática que enfrentamos. Que assim permaneça, e que o projeto tenha longa vida, trazendo afetos e espaços para todos que ali chegarem! Evoé! A primeira noite do Café Concerto por Victor Cruzeiro

DOIS ANOS ATRÁS - BRASILÍADA: HOJE CAFÉ CONCERTO NO CANTEIRO CENTRAL SCS QUADRA 03

BRASILÍADA: HOJE CAFÉ CONCERTO NO CANTEIRO CENTRAL SCS QUADRA 03:

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

BSB QUARENTA GRAUS?



 O Distrito Federal atingiu um novo recorde de alta temperatura. Segundo as medições do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a região registrou 37,3ºC, e 12% de umidade relativa do ar, por volta das 15h de ontem
. O pico foi observado na cidade do Gama. 

Em 2017, o Distrito Federal marcou essa mesma temperatura, registrada, na época, na cidade de Planaltina. Na região central da capital, o Plano Piloto, a temperatura foi a maior já registrada em 60 anos: 36,5º C, quebrando um recorde anterior, de 2015, quando a temperatura medida foi de 36,4º C.

O meteorologista Francisco de Assis explicou que a onda de calor verificada no Distrito Federal ao longo dos últimos dias é causada por ventos na alta atmosfera, que impedem a passagem de uma frente fria, oriunda da Argentina e Uruguai, para as regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. 

Os efeitos desse fenômeno têm sido sentidos em outros estados. Em Cuiabá, por exemplo, os termômetros do Inmet marcaram 43,2ºC nesta quinta-feira, valor um pouco menor do que os 44ºC da semana passada. O recorde na região foi marcado em Nova Maringá (MT), onde os termômetros atingiram incríveis 44,5ºC. 

O clima quente só deve arrefecer no Centro-Oeste a partir de sábado (10), segundo o Inmet. Há uma endência de formação de nuvens de chuva, e a temperatura já começou a cair em partes dos estados do Paraná e São Paulo.

TRAÇOS





 

AVE CATEDRAL!












 


 

quarta-feira, 27 de maio de 2020


ESFORÇO COLETIVO Câmara aprova lei ‘Aldir Blanc’, de auxílio emergencial para a cultura. Projeto foi resultado de acordo que envolveu oposição e governo. Setor deverá receber R$ 3 bilhões

Relatora do projeto, Jandira Feghali conseguiu unir governo e oposição
O plenário da Câmara aprovou na tarde desta terça-feira (26) o Projeto de Lei 1.075, que destina recursos emergenciais para o setor de cultura. Também conhecido como lei de emergência cultural, o PL, de Benedita da Silva (PT-RJ) e vários outros autores, que apensou (anexou) outros projetos, teve como relatora a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que sugeriu o nome do compositor Aldir Blanc para a lei. Segundo o relatório, serão destinados R$ 3 bilhões a estados e municípios. “Um esforço coletivo”, disse Benedita, afirmando que atualmente “muitos artistas sofrem de fome”. No texto, resultado de acordo entre os partidos, a parlamentar afirmou que a cultura deve fazer parte de qualquer projeto de desenvolvimento. A arte é “coirmã da educação e redutora da violência, construtora da civilização, mas, muitas vezes, não é vista como ofício, como trabalho”. O Estado não produz arte e cultura, lembrou, mas precisa “formular políticas públicas, fomentar, incentivar”. O projeto inclui auxílio emergencial a trabalhadores na cultura e apoio a espaços culturais. Entre esses apoios, incluem-se teatros independentes, escolas de música e capoeira, circos, cineclubes, centros de tradição regionais, bibliotecas e museus comunitários, festas populares, teatros de rua, livrarias, sebos, ateliês, galerias, feiras e galerias de arte. Uma exceção foi do Novo. O líder do partido na Câmara, Paulo Ganime (RJ), embora tenha elogiado o texto, disse que não era momento de discutir políticas setoriais. Por isso, orientou pela votação contra o projeto. Dificuldades Lídice da Matta (PSB-BA) lembrou que enquanto as pessoas continuam consumindo cultura, os que fazem cultura “estão vivendo de forma dramática”. E Chico D´Ângelo (PDT-RJ) citou o exemplo do músico e arranjador Luís Filipe de Lima, que no fim de semana anunciou por rede social que por dificuldades financeiras estava pondo à venda o violão de sete cordas que usa há 25 anos. Foi organizada uma vaquinha virtual para que ele pudesse permanecer com o instrumento. Mesmo o líder do governo na Câmara, deputado Vitor Hugo (PSL-GO), disse que a bancada votaria a favor. E afirmou que isso significava o reconhecimento, pelo Executivo, “que a cultura é algo importantíssimo para o Brasil”. Jandira destacou a fala, ressaltando o compromisso pela sanção presidencial, após a votação pelo Senado. A Deputada Fernanda Melchiona (Psol-RJ) criticou a atuação da secretaria especial do setor e ressaltou a importância do auxílio. “Os artistas foram os primeiros a parar, porque os espetáculos precisam de público. (Há) artistas passando fome, equipamentos sendo desmontados por falta de recursos”. Alexandre Leite (DEM-SP) disse que “serão beneficiados aqueles que mais precisam”.