domingo, 26 de novembro de 2023

 


feira, 20 de dezembro de 2019

Terminais Rodoviários

Brasília

Em fevereiro de 1955, pela rodovia estadual não pavimentada que ligava Formosa a Luziânia havia o serviço regular de duas linhas de ônibus: Formosa - Anápolis e Formosa - Luziânia.

Em 1956, a Viação Planalto operava a linha Anápolis - Formosa, via Corumbá, Aparecida, Campo Limpo (atual Cidade Eclética), Brazlândia, Brasília e Planaltina, com frota de 3 pequenos ônibus Mercedes-Benz  LP-312 de 24 passageiros e tarifa de 250 cruzeiros.


Viação Planalto em 1958
Correio Braziliense, 14/04/1978


A  primeira rodoviária interestadual de Brasília foi construída em 1957 na Cidade Livre, atual Núcleo Bandeirante. Localizava-se na 2ª Avenida num barracão de madeira comprido que recebia ônibus vindos de Goiânia, Anápolis, Formosa e Santa Luzia, atual Luziânia. Funcionou até 1960, quando foi inaugurada a Rodoviária do Plano Piloto.


Rodoviária da Cidade Livre em 1958

Cidade Livre
Para ampliar clique na imagem

Revista Brasília, novembro 1958, p.23


Principais destinos da estação rodoviária da Cidade Livre em abril de 1960: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Goiânia, Anápolis, Planaltina/Formosa, Luziânia, Cristalina, Paracatu, Patos de Minas, Pires do Rio/Ipameri, Vianópolis/Pires do Rio, Arraias/Veadeiros/São Gabriel de Goiás, Montes Claros/Pirapora. 


Rodoviária do Plano Piloto na década de 1960
Cartão Postal


Em novembro de 1963, a Expresso Braga inaugura a título precário a linha Brasília - Belém, via BR-4 com tempo de viagem de 4 dias.

Empresas da Rodoviária de Taguatinga em 1963

Araguarina
Rápido Sideral
Expresso Real
Expresso Braga


Rodoviária do Plano Piloto por volta de 1960


Segundo o Guia 4 Rodas de 1966, a Rodoviária de Brasília era atendida pelas seguintes empresas de ônibus interestaduais: 

Emprêsa Meireles
Empresa Moreira
Empresa Padatella
Empresa São Cristóvão
Expresso Brasília
Expresso Planalto
Empresa Real
Empresa São Luiz
Rápido Sideral
Real Expresso
Saturim Transportes e Tursimo
Viação Araguarina
Viação Nova Capital
Viação Santa Terezinha
Viação Viamontes


Rodoviária do Plano Piloro por volta de 1968


Principais destinos e número de viagens por empresa em 1967

Rodoviária do Plano Piloto por volta de 1970
Foto David Zingg
Coleção IMS

Rodoviária do Plano Piloto em 1971
Cartão Postal


Em julho de 1974, o secretário de serviços públicos, Rômulo Marinho, anunciou que Brasília ganharia uma nova rodoviária, visto a Rodoviária do Plano Piloto não suportar mais o movimento. A nova rodoviária, de uso exclusivo para linhas interestaduais, seria construída ao lado da estação ferroviária em terreno cedido pela Rede Ferroviária Federal (RFFSA).

Linhas e empresas em julho de 1975

Brasília - Ipu, Ceará, Expresso Ipu Brasília
Brasília - Recife, Auto Viação Princesa do Agreste
Brasília - Patos de Minas, Viação São Cristóvão
Brasília - Belo Horizonte, Pensatur Penedo
Brasília - Belo Horizonte, Itapemirim
Brasília - Rio de Janeiro, Itapemirim
Brasília - Belém do Pará, Transbrasiliana
Brasília - Parnaíba, Transbrasiliana
Brasília - Unaí, Santa Isabel
Brasília - São Paulo, Real Expresso
Brasília - São Paulo, Rápido Federal
Brasília - Uberaba, Real Expresso
Brasília - Goiânia, Viação Goiânia
Brasília - Barreiras, Viação Alto Paraíso
Brasília - Dianópolis Viação Alto Paraíso
Brasília - Santo Antônio do Descoberto, Viação Pioneira
Brasília - Cabeceiras, Empresa Santo Antônio
Brasília - Arinos, Empresa Santo Antônio
Brasília - Santana, Bahia, Auto Viação Brandão
Brasília - Corrente, Piauí, Viação Corrente
Brasília - Santa Maria de Vitória, Bahia, Viação Badeco
Brasília - Campina Grande, Viação Planalto
Brasília - Natal, Viação Planalto
Brasília - Luziânia
Brasília - Formosa
Brasília - Anápolis
Viação Araguaína
Viação Anapolina


Rodoviária do Plano Piloto em novembro de 1976
Foto Adauto Cruz/CB/D.A Press

Cruzeiro, 22/04/1978


Em abril de 1979, a Rodoviária de Brasília contava com 53 linhas interestaduais. A mais nova ligava Brasília a Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul.


Empresas e passageiros embarcados em 1979
Correio Braziliense, 18/12/1980

Linhas e empresas em dezembro de 1979
Amplia


Rodoferroviária

Em 5 de janeiro de 1981, circulam os últimos ônibus interestaduais na Rodoviária do Plano Piloto, transferidos no dia seguinte para a Rodoferroviária de Brasília.


Correio Braziliense, 08/01/1981, p.8

Plataforma subterrânea da Rodoferroviária de Brasília

Correio Braziliense, 28/09/1986

Correio Braziliense, 09/06/1990, p.16


Em 12 de junho de 2008, a Câmara Legislativa do Distrito Federal aprova o projeto Lei nº 937/2008 para a construção da nova Rodoviária Interestadual de Brasília.

Foto - Antigo Terminal Rodoviário em 2010




REFERÊNCIAS:

Ônibus interestaduais. Correio Braziliense. Brasília. 23 outubro 1960. Segundo caderno, p.4.

SILVA, Ubiratan. Enquanto você dirige. Diário de Notícias. Rio de Janeiro. 21 novembro 1963. p.20.

IBGE. Brasília. 1967. p.39.

Nova rodoviária para atender à população. Correio Braziliense. Brasília. 04 julho 1974. p.11.

DNER fiscaliza todas as saídas da Rodoviária. Correio Braziliense. Brasília. 27 julho 1975. p.11.

Semana Santa aumenta procura de passagens. Correio Braziliense. Brasília. 01 abril 1979. p.25.

Após 6 meses, estacas em quadra comercial da 108 Sul serão retiradas

Após 6 meses, estacas em quadra comercial da 108 Sul serão retiradas 

Construção das barreiras de concreto, segundo o DF Legal, fere as normas de acessibilidade da cidade. Lojistas dizem que instalaram os equipamentos para proteger as vitrines de acidentes com veículos


As estacas na calçada pode prejudicar os pedestres, aponta especialista - (crédito: Pedro Ibarra/CB/DA Press)

Há 6 meses, a comercial da 108 Sul ganhou um novo objeto nas calçadas. Em frente a algumas lojas, foram instaladas estacas de concreto, próximas do estacionamento de veículos. A ideia dos lojistas é proteger as vitrines dos carros, que por estarem estacionados em lugares íngremes podem se soltar. Porém, até esta segunda-feira (27/11), todas as estacas serão retiradas.

Privatização da Rodoviária do Plano Piloto é aprovada em comissão da CLDF

Fiscais do DF Legal receberam uma denúncia e averiguaram a situação. As estacas foram identificadas pelos servidores na última quinta-feira (23/11) em frente a uma padaria, uma drogaria e uma loja de utensílios domésticos. No entendimento da fiscalização tratava-se de “uma edificação em área pública não licenciada e não passível de regularização”. Diante disso, era necessária a retirada imediata das estacas. “Nos deram 24 horas para tirar, senão seríamos multados”, conta Telma Ferreira, gerente de uma panificadora. Na sexta-feira (24/11), as estacas na frente da panificadores foram retiradas, apenas as que foram construídas em frente à loja de utensílios domésticos permanecem no local — e devem ser retiradas nesta segunda.

A obstrução dessas passagens fere as normas de acessibilidade da cidade. Segundo o Decreto de número 43609 incluído no Sistema Integrado de Normas Jurídicas do DF (Sinj-DF) no dia 1° de agosto de 2022, é proibido construir qualquer edificação nas áreas externas de lojas, sendo permitidos apenas jardins e móveis removíveis.

Dessa forma, até esta segunda, todas as estacas são retiradas da passagem dos pedestres, deixando as calçadas livres para os transeuntes mais uma vez. “Vamos retirar e na segunda já não terão mais estacas nas frentes dos carros”, garante Luz Quadros, gerente da loja de utensílios domésticos

Visão da especialista

As estacas não apenas fogem às regras e legislações de Brasília como também vão na contramão do plano de Lucio Costa para a cidade, é o que aponta Ana Giannecchini, professora do departamento de projeto, expressão e representação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB). A especialista explica que as quadras são tombadas pelo Governo do Distrito Federal e recorda que o quadrado onde estão as quadras 107, 108, 307 e 308 é o único que segue à risca o que foi proposto na época da criação da cidade. “Isso mostra que elas se diferenciam e se destacam no contexto das superquadras do Plano Piloto”.

Ana Giannecchini, que trabalha com patrimônio cultural e planejamento urbano, afirma que é preciso ficar de olho para que essas superquadras importantes não sejam descaracterizadas. “Diante dessa proteção, o que se espera é que haja um controle das intervenções nessas superquadras”, pontua. “Controle que cuida da visibilidade, das relações entre o construído e o não construído, do que compõe o projeto inicial, de interferências visuais ou físicas que possam perturbar a leitura do projeto inicial. Então, é preciso um cuidado a mais para preservar as características essenciais desses lugares”, completa.

“Mesmo que não fosse tombado, dá para perceber que essas estacas podem atrapalhar a circulação de pessoas”, comenta a professora que ainda lembra outros fatores negativos que são potencializados com esta situação. “As calçadas já são estreitas, muitas vezes possuem imperfeições que dificultam ainda mais a acessibilidade e essas estacas pioram ainda mais a locomoção dos pedestres que deveria ser prioritária”, destaca.

A especialista acredita que há como solucionar a situação e manter a segurança das vitrines em relação ao carrossel que descaracterizam e dificultam as passagens. “Podem ser usadas as barreiras conhecidas como tartarugas ou bloquetes, no chão das vagas de estacionamento, para impedir que o carro chegue até a calçada. Assim não é preciso colocar algo que prejudique a circulação dos pedestres e a linguagem mais limpa da arquitetura do comércio local”, propõe.