1963. VILA PLANALTO - OPERÁRIO ESCREVE DIÁRIO DE UM CANDANGO

Valeria Itabaiana *********** Em 1963, a revista O Cruzeiro descobriu na Vila Planalto um rapaz chamado José Marques da Silva, um sertanejo que, como milhares outros foram parar na obra de Brasília. Depois da inauguração, como a maioria, passou dificuldades e viu a cidade que construiram virar uma cidade elitista e cheia de diferenças sociais. José decidiu escrever um diário sobre o que via. O livro, lançado pelo O Cruzeiro, conta, como nenhum outro, os sentimentos dos meninos que construíram os monumentos e edifícios da cidade e depois de tanto trabalho e da cidade inaugurada, continuaram no mesmo jeito do passado: pobres e abandonados, e pior, sem muitas esperanças. Grande parte do diário se passa no pequeno Bar e Restaurante São José que José Marques comprou na Vila Planalto com todos os últimos centavos de sua economia. Vila Planalto pra ele era "nome bonito para uma cidade feia com fome, prostituição e miséria"