O IMPASSE NÃO SE LIMITA A TAÍS ARAÚJO
A emissora, porém, não abordou diretamente as queixas de Taís e Manuela ao ser questionada pela imprensa. Em nota enviada ao colunista Gabriel Vaquer, da Folha de S.Paulo, o canal optou por reforçar o valor artístico e institucional da produção: “A Globo tem muito orgulho do remake de Vale Tudo, exibido recentemente. A novela já entrou para a história da dramaturgia brasileira e é um exemplo bem-sucedido de atualização de uma grande obra do passado. Vale Tudo reforça também o compromisso de toda a Globo com a diversidade”. Nenhuma referência foi feita às denúncias internas ou ao embate entre atriz e autora.
O impasse não se limita a Taís Araujo. De acordo com fontes ouvidas pelo Notícias da TV, outros integrantes do elenco também demonstraram desconforto com algumas alterações promovidas por Manuela Dias, como a decisão de cancelar a tradicional morte de Odete Roitman no último capítulo — um marco do folhetim original exibido entre 1988 e 1989.
A tensão ganhou força em agosto, quando Taís se disse “triste e frustrada” com o novo rumo da personagem Raquel, que voltou a vender sanduíches na praia na reta final da história. O posicionamento repercutiu intensamente nas redes sociais, onde fãs criticaram as decisões criativas de Manuela Dias e manifestaram apoio à atriz.
Dias depois, Taís recusou o convite para interpretar uma rainha na novela das seis A Nobreza do Amor, protagonizada por Duda Santos. Nos bastidores, o gesto foi interpretado como reflexo do desgaste recente.
Enquanto isso, o clima entre autora e elenco segue sendo tema de debate na indústria televisiva. O silêncio da Globo sobre o conflito interno contrasta com o discurso de valorização do remake, que, apesar das controvérsias, registrou audiência aquém da obtida pela versão clássica.
O caso ainda deve gerar desdobramentos dentro da emissora, onde ambos os relatos seguem em análise pelo compliance.
por Laís Gouveia
